No fim de semana de 06-07 de agosto de 2016, em Barretos, aconteceu a 4ª aula da 1ª turma. Detalhes da escola você encontra aqui;
Na aula de sábado, os alunos recapitularam as partes de aramação e transplante, para efetuar a prova “prática” ao olhar atento e fulminante do professor Charles Ferrante no dia seguinte, domingo. Segundo o professor:
“Amanhã será o momento de verificar e validar as informações, deixando claro para cada um de vocês o que ainda se pratica de forma equivocada e como eu posso ajudar vocês, corrigindo e desmistificando as técnicas de aramação e replante;”
Uma parte da aula de sábado, os alunos puderem ver ao vivo a fabricação de uma laje e uma rocha com cimento para projetos de paisagens e demais utilidades no bonsai (Peijing, sekijoju, ishitsuki, etc.). A receita da massa e forma de elaboração foram os pontos mais detalhados, permitindo que os alunos pudessem vislumbrar projetos futuros e criações próprias.
NA tarde sábado, foram realizadas a desfolha e aramação de mudas de fícus, discutindo e debatendo a visão do projeto do bonsai, sem a imposição e ânsia imediatista que comumente assola os iniciantes e até alguns mais experientes.
Segundo o Charles:
“Lembrem-se de tudo o que vimos até agora para poder ‘abrir os olhos’ e enxergar o projeto no futuro, não agora, o bonsai não se faz em 15 minutos pessoal. A falta de paciência muitas vezes mata a melhor possibilidade que o material (planta) irá te oferecer em 1 ou 2 anos, é sem pressa… ”
A noite todos se confraternizaram com muito churrasco, cerveja gelada, refrigerante e partidas de truco.
No domingo, começaram os trabalhos de desenforme e preparação dos vasos feitos no sábado, para secagem ao sol e finalização da “curagem” do cimento. Iniciaram também os trabalhos de alporquia em pitecos (pithecolobium tortum). Os alunos aprenderam a primeira parte da técnica de alporque já com foco no bonsai, com vários segredos e macetes que fazem toda a diferença.
Durante a demonstração e discussão do procedimento, o professor Charlinhos enfatizou a técnica desenvolvida de alporquia para “bonsai”:
“A gente precisa entender que a técnica de alporquia tem a intenção de divisão e multiplicação de material. É importantíssimo observar que existem várias finalidades desta divisão de material com o alporque e que isso determina o cuidado e forma de aplicação desta técnica. Eu posso dividir e fazer um alporque para ter uma muda de jardim, para mera propagação de espécie, para produção de pomares e lavouras, e assim por diante. A técnica em si não tem o uso somente no bonsai, uma destas finalidades é para o bonsai, por isso a importância de aprender e praticar esta técnica com o foco do bonsai…
Assim, como você está aplicando a alporquia? Da mesma forma feita para obter um material para jardim? Da mesma forma que para plantas de formação de lavoura (produção)? Da mesma forma que para obtenção de muda (multiplicação e propagação da espécie)?
Tem diferença num alporque feito para bonsai? Que diferenças são essas? Por que fazer diferente?
Da mesma forma que não podemos escolher qualquer muda de viveiro ou material na natureza para bonsai, pois existe uma potencialidade inata do material que devemos levar em consideração na escolha da planta… A aplicação do alporque é a mesma coisa. Quando o intuito da alporquia é para bonsai(…), existe sim um refinamento desta técnica de alporque que traz à você uma vantagem de tempo e de estrutura no material para bonsai ao invés de aplicar de qualquer jeito(…)”
Os alunos foram separados em grupo para estudo, discussão e prática da técnica de alporque feita para bonsai, de acordo com os preceitos do professor Charles Ferrante que fez uma demonstração deste método de alporque.
Os alporques realizados serão acompanhados e finalizados até o final do curso.
O almoço do domingo contou com uma macarronada e muita conversa boa sobre bonsai, fechando o clima de família unida de amor a arte.
No domingo a tarde foi o momento de alguns alunos serem avaliados na atividade prática de replante e aramação. Foi um momento importante para alinhamento e observação de pontos a serem melhorados entre aquilo que foi ensinado e o que está sendo praticado ainda pelos alunos.
Agora é aguardar a próxima aula em outubro para poder ver o que será feito e estudado na escola de bonsai de Barretos.
